Procurei a tua mão no meu bolso. Fui bem fundo, até sentir os dedos cortados pelas costuras, até sentir a minha pele, nos meus dedos. Mas a tua mão não estava, não sentia o teu calor nem a segurança dos teus dedos. Não desisti logo, procurei a tua mão em todos os nossos lugares, em todos os muros que prometes-te pintar, em todas as calçadas que pisamos. E via apenas os meus pés, as minhas mãos, a minha sombra... Sem nunca te encontrar, sem nunca sentir a tua mão de volta. Houve um dia, em que perdi a força. O meu coração não queria mais o teu, e as minhas mãos não queriam mais as tuas. Os meus olhos continuam a olhar-te, e a minha alma continua a desejar a tua... Mas o tempo não volta atrás, e as nossas vidas seguiram em luares diferentes. A minha primavera passou, mas o teu outono permanece... em mim.
Filipa Henriques
(eu prometo que um dia deixo de escrever estas coisas -.-)
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