10 maio 2009

cancro vital

''Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. (...) Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há,estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia. (...) Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?''

Miguel Esteves Cardoso


O amor descontrolado que nos controla. Leva-nos ao cimo de um monte e nos faz olhar e gritar ^^ ouvir o seu eco de força .. Um cancro doentio cuja terapia passa por nao ter terapia. um amor destes não se cura , não se quer curar. quer-se cada vez mais forte , capaz de nos consumir cada vez mais e mais. Um amor impossivel de a gente toda sentir , um amor caloroso que gela musculos e olhares. Mas mesmo assim nos mantém vivos e nos acompanha parasitando todo o corpo ...
Como alguém da roda da vida dizia : '' É urgente o amor.''

Sem comentários:

Enviar um comentário