21 maio 2009

inocência.


Só e com a face infeliz, movia-se de um modo inseguro e hesitante. Era uma menina, tinha completa consciência disso. Possivelmente, era isso que a diferençava de todas as outras meninas, a sua pequena e aguçada inocência, ajustada a um nada de madurez que o tempo consumou. O Céu permanecia azul. Ali sentada no banco do jardim do parque onde todas as outras meninas brincavam, ela acreditava que alguém iria chegar, alguma pessoa em quem podesse confiar os seus medos e receios de menina, uma espada que fecha-se com um só corte todos os monstros do seu armário. E a espera da menina continuava. Ficou ali durante um tempo intenso, mas a perda de tempo leva-nos a ganhar mais tempo. E um dia viu-o, o protector do seu Sol. Corria depressa, com medo e paixão mediante o declive da sua sombra. Fitou-lhe o olhar, e ao ve-lo cada vez mais proximo e proximo, sentiu uma onda de desassossego na contracção dos seus musculos. Ele sentou-se. Ela sentiu-se bem. Os anos tinham passado, já não era uma menina, e estava apta para amar. Luis <3 align="right">Filipa Henriques

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